quinta-feira, 15 de outubro de 2009

TONY VIEIRA - Mauri de Oliveira Queiroz nasceu em Dores do lndaiá, MG, em 1938. Aos doze anos de idade, foge de casa e deixa sua cidade para acompanhar um circo, onde é baleiro, locutor e trapezista. Nos anos 60 vai para Belo Horizonte e faz estágio de seis anos na TV ltacolomi. Lá, com Otávio Cardoso participa do Teatro Universitário. Radica-se em São Paulo em 1968, trabalha como ator em novelas da TV Excelsior, onde conhece o pessoal de cinema. Inicia carreira como ator no cinema, no filme A VIDA QUIS ASSIM, em 1967. Em 1972 começa a dirigir seus filmes, sempre policiais ou Faroestes tipo Spaghetti italiano. Na década de 80, adere ao sexo explícito e dirige diversos filmes como Mauri Queiroz, seu nome verdadeiro. Morre em 1990, aos 52 anos de idade. (Fonte: "Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro

FILMOGRAFIA
1967- A VIDA QUIS ASSIM; O ESTRANHO MUNDO DE ZÉ DO CAIXÃO; 1968- PANCA DE VALENTE; 1969- CORISCO, O DIABO LOIRO; UMA PISTOLA PARA DJECA; 1970- BETÃO RONCA FERRO; 1971- UM PISTOLEIRO CHAMADO CAVIÚNA; ENQUANTO HOUVER ESPERANÇA; 1972- GRINGO, O ÚLTIMO MATADOR; QUATRO PISTOLEIROS EM FÚRIA; AS MULHERES AMAM POR CONVENIÊNCIA; NUA E ATREVIDA; 1973- DESEJO PROIBIDO; SOB O DOMÍNlO DO SEXO; GERAÇÃO EM FUGA; 1974- O EXORCISTA DE MULHERES; 1975- A FILHA DO PADRE; OS PILANTRAS DA NOITE; 1976- TORTURADAS PELO SEXO; TRAÍDAS PELO DESEJO; 1977- AS AMANTES DE UM CANALHA; 1978- OS VIOLENTADORES; 1979- O ÚLTIMO CÃO DE GUERRA; O MATADOR SEXUAL; 1980-TORTURA CRUEL; UM MENINO, UMA MULHER; 198l-CONDENADA POR UM DESEJO; A CAFETINA DE MENINAS VIRGENS; 1982- DESEJOS SEXUAIS DE ELZA; 1983- CORRUPÇÃO DE MENORES; 1984- PROSTITUIDAS PELO VÍClO; 1987- CALIBRE 12.

sábado, 10 de outubro de 2009

Zilda Mayo


Zilda Mayo [Zilda Sedenho], nascida em Araraquara interior paulista, em 1953. Sua profissão, demonstradora de produtos cosméticos estava sempre viajando pelo país. Sua carreira teve início em Belo Horizonte -MG, quando fora convidada para fazer dois comerciais para TV, essa foi sua primeira eperiência na vida artística. Em uma viagem ao Rio de Janeiro, leu um anúncio na Revista Amiga, que convidava moças para filmes publicitários nos Estúdios Sílvio Santos, o Senor Abravanel. Aprovada no teste de fotogenia, teve sua primeira chance no cinema em 'Ninguém Segura Essas Mulheres[1975] ', dirido por José Miziara para os Estúdios Sílvio Santos. Na sequencia trabalharia como telemoça do de SS, e no programa BACARÁ, de Ronald Golias.



Possuídas pelo Pecado [ David Cardoso - 1976] e Excitação [Jean Garret - ]. Zilda, ao lado de Helena Ramos, se tornaria uma das principais deusas da boca, rainha da pornochanchada, e faria 40 filmes. Entre eles Internato de Meninas Virgens [1977], 'O Caso Cláudia' [1978], A Dama do Sexo, Liberdade Sexual, O Doador Sexual [1979]. No ano de 1981, ao lado de Nicole Puzzi e Djalma de Castro [ falecido em 2006 de câncer no nariz ] ela esbanjou sensualidade. Em 1982, O Cafetão, O Rei da Boca, Mulheres de Aluguel. 1983, Perdida em Sodoma, Tensão e Desejo, Juventude em Busca de Sexo entre outros. Já em 1984, Paraíso da Sacanagem, Como Afogar o Ganso, Bacanais na Ilha das Ninfetas e O Império do Sexo Explícito. Em 1985 fez seu último filme, As mil e umas Posições.



Na televisão participou do teleconto 'Angélica', na TV Cultura. No teatro fez as peças As Moças, Cordélia Brasil, A Outra Face.


Trabalhos

1979- O Caso Cláudia - de Miguel Borges
1979- A Ilha dos Prazeres Proibidos - de Carlos Reichenbach
1979- A Dama do Sexo - de Wilson Rodrigues
1979- Liberdade Sexual - de Wilson Rodrigues
1979- O Matador Sexual de Tony Vieira
1978- Fugitivas Insaciáveis - de Osvaldo de Oliveira
1977- Escola Penal de Meninas Violentadas - de Antônio Meliande
1977- Internato de Meninas Virgens - de Osvaldo de Oliveira
1977- Noite Em Chamas - de Jean Garret
1977- Presídio de Mulheres Violentadas - de Osvaldo de Oliveira
1976- Excitação - de Jean Garret
1976- Ninguém Segura Essas Mulheres - de José Miziara
1976- Possuídas Pelo Pecado - de Jean Garret
1980- Motel, Refúgio do Amor - de Alexandre Sandrini
1980- A Tara das Cocotas na Ilha do Pecado - de Antonio Bonacin Thomé
1980- O Doador Sexual - de Henrique Borges
1981- Ninfas Insaciáveis - de John Doo
1981- Casais Proibidos de Ubiratan Gonçalves
1981- O Filho da Prostituta - de Francisco Cavalcanti
1981- As Meninas da Madame Laura - de Ciro Carpentieri Filho
1981- Volúpia Ao Prazer - de Rubens Eleutério
1982- Bacanais na Ilha das Ninfetas - de Osvaldo de Oliveira
1982- As Gatas, Mulheres de Aluguel - de Ody Fraga e Antônio Meliande
1982- Muitas Taras e Um Pesadelo de Salvador do Amaral
1982- Pecado Horizontal - de José Miziara
1982- Perdida em Sodoma - de Nilton Nascimento
1982- O Rei da Boca - de Clery Cunha
1982- As Safadas - de Carlos Reichenbach
1983- O Cafetão de Francisco Cavalcanti
1983- Escândalo na Sociedade de Arlindo Barreto
1983- Juventude Em Busca do Sexo de Juan Bajon
1983- Tensão e Desejo de Alfredo Sternheim
1983- Tudo na Cama de Antônio Meliande
1984- A Quinta Dimensão do Sexo de José Mojica Marins
1984- Ivone, a Rainha do Pecado de Francisco Cavalcanti
1984- Como Afogar o Ganso de Conrado Sanchez
1984- Paraíso da Sacanagem de José Adauto Cardoso e Luiz Antônio de Oliveira
1984- Transa Brutal de Diogo Angélica
1985- O Império do Sexo Explícito - de Marcelo Motta
1985- As Mil e Uma Posições José Adauto Cardoso e Sady Baby
1988- Instrumento da Máfia - de Francisco Cavalcanti

SHIRLEY BENNY


Filmografia
1984- Meu Homem, Meu Amante de Jean Garrett
1984- Mulher...Sexo...Veneno de José Miziara
1984- Prostitutas Pelo Vício de Tony Vieira
1984- Sexo Proibido de Antônio Meliande
1984- Taras de Colegiais de Juan Bajon
1983- Corrupção de Menores de Tony Vieira
1983- Curras Alucinantes de Antônio Meliande
1983- Juventude Em Busca de Sexo de Juan Bajon
1982- As Amantes de Helen de Tony Vieira
1982- Curral de Mulheres de Osvaldo de Oliveira
1982- Desejos Sexuais de Elza de Tony Vieira
1982- As Seis Mulheres de Adão de David Cardoso
1982- Susy...Sexo Ardente de Tony Vieira

Zaira Bueno


Nasceu em Porto Alegre, no dia 11 de novembro de 1954. Seus pais mudaram para São Paulo quando ela tinha 7 anos. Aos 8, entrou para a Escola de Bailados da Professora Regina Meire Sangiovani, e também para a Escola da professora de dança Consuelo Munhoz onde aprendeu sapateado flamenco e castanholas. Aos 14 anos começou a lecionar Ballet. Fez Parte do Corpo de Bailes "Joyce Ballet". Quando morou em Nova York, estudou Jazz e fez aulas de clássico na Broadway Dance Center, com Franck Hatchett's e Andrey Silantyev. Atualmente, faz aulas de clássico na West Side Dance em Los Angeles na California. Aos 16 anos, Zaira fez o curso de manequim na Escola De Modelos Christine Yufon e foi onde o produtor David Cardoso a convidou para estrelar o filme A Ilha do Desejo, ingressando assim na carreira de atriz.


Filmografia :
1987- Gemidos e Sussuros de Raffaele Rossi
1985- Fêmeas em Fuga de Michele Massimo Tarantini
1983- Sexo Animal de Fauzi Mansur
1982- Excitação Diabólica de John Doo
1982- Amor, Palavra Prostituta de Carlos Reichenbach
1982- A Fábrica das Camisinhas de Ary Fernandes
1982- Gatas, As Mulheres de Aluguel de Ody Fraga e Antônio Meliande
1982- O Prazer do Sexo de John Doo
1982- O Rei da Boca de Clery Cunha
1982- Tessa, a Gata de John Herbert
1981- P.S.: Post Scriptum de Romain Lesage
1981- Aqui, Tarados! (episódio “A Viúva do Doutor Vidal”) de Ody Fraga
1981- Coisas Eróticas de Raffaele Rossi
1981- Os Insaciados de Libero Miguel
1981- Me Deixa de Quatro de Fauzi Mansur
1981- As Meninas da Madame Laura de Ciro Carpentieri Filho
1981- A Noite dos Bacanais de Fauzi Mansur
1976- Pura Como um Anjo, Será...Virgem? de Raffaele Rossi
1976- Quem É o Pai da Criança? de Ody Fraga
1975- A Ilha do Desejo de Jean Garrett

Claudete Jaubert


Nos anos 1970, o cinema popular e as comédias eróticas não só produziram grandes sucessos de bilheteria. Eles lançaram também musas inesquecíveis, como Marta Anderson, Helena Ramos, Nicole Puzzi e Aldine Muller. Uma delas nasceu no Paraná, mas foi em São Paulo que fez história, como musa absoluta do cineasta Tony Vieira, e depois em Brasília, como musa de Affonso Brazza. Seu nome é Claudette Joubert.

Claudette Joubert nasceu em Florinea, cidade às margens do rio Paranapanema, na divisa com Londrina, no Paraná. Mas foi em São Paulo que começou sua carreira artística, primeiro como modelo e depois como atriz de cinema. O primeiro filme é um clássico dirigido por Fauzi Mansur em 1972, “Sinal Vermelho – As Fêmeas”, que lançou também Vera Fischer no cinema. O cinema aconteceu por acaso na vida de Claudette Joubert: “Na verdade, quem me levou (para o cinema) foi o Agnaldo Rayol. É uma história. Eu era promotora de vendas em São Paulo e um dia eu estava parada em um sinal, quando de repente abriu-se a janela de um carro e ele foi logo me abordando. Eu estava no auge, na adolescência, muita linda. Ele veio atrás de mim, me pediu autógrafo, me disse que eu precisava trabalhar no cinema nacional, que era muito linda, que ele ia me apresentar para um rapaz que era produtor”.

Depois do filme de Fauzi Mansur, Claudette Joubert inicia parceria nas telas e na vida com o ator e cineasta Tony Vieira. Os dois se casam e a atriz vira musa absoluta desse cineasta e de sua filmografia toda particular, com filmes de aventura, ação e faroeste – eles fazem seis filmes juntos. No final dos anos 70, os dois se separam, Claudette atua em filmes de cineastas importantes, como Alfredo Sternhein e Antonio Meliande, e, sobretudo, com o mestre Ozualdo Candeias, no filme “As Belas da Billings” (1987). Nos anos 90, Claudette Joubert se torna musa outra vez de um cineasta, Affonso Brazza, antigo assistente de Tony Vieira, com quem se casa e vive em Brasília: “Eu conhecia, mas não tinha nada de amor nessa época. Olha, dá até para fazer um filme sobre a nossa história. O Brazza, inclusive, queria fazer um filme sobre a nossa vida. Tem drama, tem romance.”

Com Affonso Brazza, Claudette Joubert fez cinco filmes, inclusive, o último dela como atriz e o último dele como diretor, “Fuga sem Destino” (2003). Brazza morreu em 2003, sem terminar o filme, finalizado por Pedro Lacerda. Joubert abandonou o cinema e não pensa mais em retomar a carreira: “Depois que o Brazza morreu, minha carreira foi enterrada junto com ele”.

Claudette Joubert falou com o Mulheres por telefone de sua casa, em Brasília. Em princípio, não queria muito fazer a entrevista: “Sobre o quê você quer falar? Você sabe que eu não sou mais atriz, não é?” Na entrevista, Claudette Joubert repassa sua carreira, fala de Fauzi, Tony, Candeias, Brazza, e muito mais.




Mulheres: Você começou sua carreira como modelo, não é isso?

Claudette Joubert: Sim, fiz vários comerciais, muitas fotos. Eram fotos mais recatadas, não podia nem aparecer nua.

Mulheres: E a chegada ao cinema? Foi mesmo o David Cardoso que te levou até o Fauzi Mansur, diretor do seu primeiro filme (“Sinal Vermelho – As Fêmeas” – 1972)?

Claudette Joubert: Na verdade, quem me levou (para o cinema) foi o Agnaldo Rayol. É uma história. Eu era promotora de vendas em São Paulo e um dia eu estava parada em um sinal, quando de repente abriu-se a janela de um carro e ele foi logo me abordando. Eu estava no auge, na adolescência, muita linda. Ele veio atrás de mim, me pediu autógrafo, me disse que eu precisava trabalhar no cinema nacional, que era muito linda, que ele ia me apresentar para um rapaz que era produtor. É meio esquisito falar assim da gente mesmo, mas ninguém nos conhece melhor do que a gente mesmo, não é?

Esse produtor era o David Cardoso. O David então levou as minhas fotos para o Fauzi Mansur, que aprovou na hora e me chamou para o filme que ele estava fazendo, todo rodado em Americana. O filme tinha a Vera Fischer, que estava começando.

Por ali estava também o Tony Vieira. O Tony então perguntou para o Fauzi quem que tinha se saído melhor no filme, qual tinha sido o melhor desempenho, e aí o auzi disse “foi a Claudete. Pode contrata-la que você não vai se arrepender”.

Mulheres: E daí você virou a musa absoluta do Tony Vieira.

Claudette Joubert: Pois é, a partir daí fiz vários filmes com o Tony.

Mulheres: Você pensava em ser atriz? Você chegou a imaginar que iria ter essa participação importante no cinema brasileiro?

Claudette Joubert: Não, aconteceu de repente. Muitos olheiros na rua me abordavam, queriam me fotografar. Meus pais não deixavam de jeito nenhum, minha mãe corria atrás dos fotógrafos. Eu queria mesmo era me formar, meus pais queriam que eu me formasse. Eu queria me formar em veterinária. Eu sou muito bicho do mato, viu? Eu tenho paixão por animais, por mato, por natureza. Tem um condomínio perto de onde eu moro, onde tem muito mato. Ás vezes eu vou para lá e fico por uns dias, desestresso e depois volto para casa.

Mulheres: Durante um período você trabalhou só com o Tony.

Claudette Jobert. É, muita gente queria filmar comigo, mas o Tony não deixava. Ele dizia que não podia, que eu era exclusiva.

Mulheres: Dos filmes que você fez com ele, dá para você relembrar algum? Dos que você mais gostou?

Claudette Joubert: Eu gostei muito de fazer os filmes com ele, principalmente quando era faroeste. O Tony caprichava, ele construía cidades cenográficas bem parecidas com os filmes de faroeste, ele fazia saloom, ele mandava fabricar cenários.

Mulheres: Existe uma parcela muito grande do público que tem adoração pelos filmes do Tony Vieira, que procuram pelos filmes dele. Você tinha noção dessa importância naquela época?

Claudette Joubert: Não tinha não. Não dava muito valor. Também eu era muito nova, né?

Mulheres: Tem algum filme dele que você destacaria? Que você gostou muito de fazer?

Claudette Joubert: Gosto de “A Filha do Padre” (1975). É um filme bem inocente, aquela professorinha do interior. Gosto muito também de “Gringo – O Último Matador” (1973).

Mulheres: Você parou de fazer filmes com ele por causa da separação?

Claudette Joubert: Sim, quando nos separamos, nos separamos em tudo, do casamento e das produções.

Mulheres: Você fez muitos filmes nos anos 70, mas não fez televisão?

Claudette Joubert: Eu não quis, fui chamada, fui convidada, mas não quis.

Mulheres: Por que?

Claudette Joubert: Não quis, já tinha vontade de morar no interior, e daí teve uma época em que fui morar em Pinhedo, interior de São Paulo. Não me interessei por televisão, minha vontade mesmo era morar no mato.

Mulheres: Depois do Tony, você trabalhou com diretores importantes como Alfredo Sternhein, Ary Fernandes, Antonio Meliande. Você trabalhou, inclusive, novamente com o Fauzi Mansur, diretor do seu primeiro filme. Aliás, em “O Inseto do Amor”.

Claudette Joubert: foi ótimo reencontrar com o Fauzi. Foi um filme rodado em Ilha Bela. Foi maravilhoso. O Fauzi é muito simpático, um diretor responsável. Ele me disse assim “Que bom Claudete, trabalharmos juntos de novo” e eu respondi que era um prazer também para mim. O Fauzi é um homem de caráter.

Mulheres: Você trabalhou também com um cineasta genial, que é o Ozualdo Candeias.

Claudette Joubert: Foi, em “As Belas da Billings” (1987).

Mulheres: Eu vi esse filme há mais ou menos um ano e gostei muito. Como foi o convívio com o Candeias?

Claudette Joubert: O Candeias era muito responsável, podia parecer que não, mas era. Sempre muito elegante, eu gostei muito de fazer o filme.

Mulheres: E você gostou do resultado?

Claudette Joubert: Você acredita que eu nunca assisti esse filme?

Mulheres: Mesmo?

Claudette Joubert: Nunca. E o que você achou, ficou bom?

Mulheres: Eu gostei muito.

Claudette Joubert: Pois é, eu tenho muita vontade de assistir.

Mulheres: Depois de ser musa do Tony Vieira, você vira musa de outro cineasta especial, que é o Affonso Brazza. Ele era assistente do Tony, não é isso? Foi assim que vocês se conheceram?

Claudette Joubert: Era sim. Eu conhecia, mas não tinha nada de amor nessa época. Olha, dá até para fazer um filme sobre a nossa história. O Brazza, inclusive, queria fazer um filme sobre a nossa vida. Tem drama, tem romance.

Mulheres: E não fez? Ou ele chegou a fazer pelo menos o roteiro?

Claudette Joubert: Não, não fez, ficou só na idéia. O Brazza era uma pessoa muito especial, diferente, eu o amava muito como gente. Não é porque ele não está mais aqui que eu falo isso, nas entrevistas que dei eu sempre disse isso. Ele era uma pessoa boníssima, humilde, batalhador. Ele sofreu demais para levar seus filmes para a tela, para ser considerado.

Mulheres: Você acha que ele já teve o reconhecimento que merece?

Claudette Joubert: Acho que não, e nem sei se terá algum dia.

Mulheres: Dos filmes que você fez com ele, qual você destaca?

Claudette Joubert: Eu gosto muito de “Tortura Selvagem – A Grade” (2001). É um filme de ação, tem ação do começo ao fim. É uma produção muito bem feita.

Mulheres: Por que você abandonou a carreira de atriz?

Claudette Joubert: Eu sou testemunha de Jeová. Tem muita gente que acha que a religião me proibiu, mas não é assim. A gente tem livre arbítrio para escolher. Eu escolhi ser testemunha de Jeová e não participar mais de filmes.

Mulheres: Você não sente falta do cinema, da sua carreira de atriz?

Claudette Joubert: Não me interessa mais, não tem mais aquele sabor. Não sinto falta, por incrível que pareça. Depois que o Brazza morreu, minha carreira foi enterrada junto com ele.

Mulheres: Você participou do lançamento do último filme do Brazza, o “Fuga Sem Destino” (2003) em Brasília, mas ele está inédito em muitas cidades. É uma forma de contribuir para que a obra dele seja exibida?

Claudette Joubert: È também porque o filme teve um custo muito grande, tem que dar retorno, nem que seja um troco. O filme foi finalizado pelo Pedro Lacerda, o Brazza morreu sem terminar. Na época em que ele fez, o filme ele já era caro, e depois a finalização, com o Pedro, também ficou. O Brazza fez sozinho e depois o Pedro também batalhou para finalizar.

Mulheres: Durante sua trajetória, você contracenou com algumas atrizes muito especiais: Arlete Moreira, Helena Ramos, Aldine Muller, Silvana Lopes, Zélia Diniz... Dá para você comentar sobre algumas delas?

Claudette Joubert: A Arlete é minha irmã, né?

Mulheres: Sua irmã? Não sabia.

Claudette Joubert: É minha irmãzinha. Ela também abandonou a carreira, muito antes de mim.

Mulheres: Eu admiro muito o trabalho da Arlete. Realmente não sabia que ela era sua irmã. Ela é outra atriz importante do cinema nacional.

Claudette Joubert: A Silvana Lopes era uma amigona, uma ótima pessoa, mas nunca mais a vi.

Mulheres: É mesmo incrível a quantidade de atrizes notáveis do nosso cinema que anda afastada das telas. A Silvana é outra ausência sentida.

Claudette Joubert: Eu não sei por onde ela anda.

Mulheres: Você abandonou a carreira de atriz, mas e os filmes brasileiros, você também não assisti mais?

Claudette Joubert: Assisto, assisto sim.

Mulheres: Qual foi o último que você assistiu?

Claudette Joubert: Deixe me ver... Foi o “Lisbela”, “Lisbela e O Prisioneiro” (2003 - Guel Arraes).

Mulheres: E gostou?

Claudette Joubert: Gostei muito. O Selton Mello se tornou assim, entre aspas, um amigo. Para mim ele está entre os melhores atores brasileiros. Ele é bom em tudo, como ator, como gente, o Selton é 10. Eu gosto de tudo o que ele faz.

Mulheres: Quero te convidar para homenagear uma mulher do cinema brasileiro que você goste aqui nesta entrevista. Pode ser de qualquer época e de qualquer área.

Claudette Joubert: Uma mulher... uma mulher... Marieta Severo. Eu gosto muito, ela é muito natural. Ela está, inclusive, na televisão (no seriado“A Grande Família").

Mulheres: Muito obrigado pela entrevista.

Claudette Joubert: Muito obrigada.

Publicado no jornal o globo em 1977

As amantes de um canalha

Made in São Vicente and Ilha Porchat. Com a característica de produto alienígena em sua própria terra, assim poderia ser apresentada mais esta produção de Tony Vieira. Estranho como produto da terra, ele não é na verdade tão estranho assim. Seus padrões estão rigidamente concentrados no filme policial americano e seus sucedâneos europeus. Assimilando este know-how, o cinema nacional não está pagando royalties em forma de dividendos. A evasão de divisas fica por conta de sua descaracterização, desfiguração e perda de identidade.

Se, como dizia Paulo Emilio Salles Gomes, "o mínimo denominador comum de nossa originalidade é a incompetência criativa em copiar", pode-se afirmar que Tony Vieira é - neste mister - um diretor razoavelmente competente, pois sua cópia é literal. Mesmo as chanchadas de outra época procuravam estabelecer um elemento local de consumo fácil que tornassem mais familiar o pastiche. Os personagens do filme de Tony Vieira são de figurinha, seus gangsters de fancaria e as mulheres que os rodeiam parecem saídas do teatro rebolado ou dos inferninhos da noite. Enfim, não se pode esperar nada de um pornopolicial que se diz brasileiro e cujas atrizes principais se chamam Claudette Jaubert e Caroline Lindsay. (SAS)

Publicada no jornal O GLOBO em 30 de novembro de 1977

Arlete Moreira, Londrina - PR


Nos anos 70, a produção de pornochanchadas, comédias e dramas de eróticos, foi intensa e emplacou vários sucessos de público. O gênero revelou musas que, acompanhando a produção intensa, atuaram em vários filmes durante a década. Arlete Moreira é um desses nomes.

Antes de estrear nas telas do Cinema Nacional, a paranaense Arlete Moreira atuou como modelo e garota-propaganda. Sua estréia no cinema se deu em momento de intensa produção das pornochanchadas da famosa Boca do Lixo, pólo produtor em São Paulo. O primeiro filme da atriz é `Desejo Proibido´, em 1973, dirigido pelo cineasta mineiro radicado em São Paulo, Tony Vieira. Tony Vieira tem uma carreira de ator, diretor e produtor de filmes de ação, policiais e eróticos, e foi um cineasta que dirigiu Arlete Moreira em seis filmes, `O Exorcista de Mulheres´, `Os Pilantras da Noite´, `A Filha do Padre´`O último Cão de Guerra´ e `As Amantes de Helen´ são os outros cinco.

Arlete Moreira atuou em 15 filmes somente na década de 70. Além de ser dirigida por nomes famosos das pornochanchadas, como Jean Garret e Antonio Meliande. José Mojica Marins também a dirigiu em dois filmes, o suspense erótico `Perversão´ e em `Mundo – Mercado do Sexo.

- `Desejo Proibido´ (1973), de Tony Vieira;
- `O Exorcista de Mulheres´ (1974), de Tony Vieira;
- `Os Pilantras da Noite´ (1975), de Tony Vieira;
- `A Filha do Padre´ (1975), de Tony Vieira;
- `Bonecas Diabólicas´ (1975), de Flávio Ribeiro Nogueira;
- `As Audaciosas´ (1975), de Mozael Silveira;
- ´Amadas e Violentadas´ (1975), de Jean Garret;
- `O Dia das Profissionais´ (1976), de Rajá de Aragão;
- `Garimpeiras do Sexo´ (1977), de José Vedovato;
- `Escola Penal de Meninas Violentadas´ (1977), de Antonio Meliande;
- `Elas são do Baralho´ (1977), de Sílvio de Abreu;
- `Chumbo Quente´ (1977), de Clery Cunha;
- `O Último Cão de Guerra´ (1979), de Tony Vieira;
- ´Perversão´ (1979), de José Mojica Marins;
- `Mundo- Mercado do Sexo´ (1979), de José Mojica Marins;
- `As Amantes de Helen´ (1982), de Tony Vieira

Biografia de tony vieira

TONY VIEIRA - Mauri de Oliveira Queiroz nasceu em Dores do lndaiá, MG, em 1938. Aos doze anos de idade, foge de casa e deixa sua cidade para acompanhar um circo, onde é baleiro, locutor e trapezista. Nos anos 60 vai para Belo Horizonte e faz estágio de seis anos na TV ltacolomi. Lá, com Otávio Cardoso participa do Teatro Universitário. Radica-se em São Paulo em 1968, trabalha como ator em novelas da TV Excelsior, onde conhece o pessoal de cinema. Inicia carreira como ator no cinema, no filme A VIDA QUIS ASSIM, em 1967. Em 1972 começa a dirigir seus filmes, sempre policiais ou Faroestes tipo Spaghetti italiano. Na década de 80, adere ao sexo explícito e dirige diversos filmes como Mauri Queiroz, seu nome verdadeiro. Morre em 1990, aos 52 anos de idade. (Fonte: "Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro", de Antonio Leão da Silva Neto)
FILMOGRAFIA:
1967- A VIDA QUIS ASSIM
1967- O ESTRANHO MUNDO DE ZÉ DO CAIXÃO
1968- PANCA DE VALENTE ***este eu tenho copia dvd
1969- CORISCO, O DIABO LOIRO ***este eu tenho copia dvd-r
1969- UMA PISTOLA PARA DJECA ***este eu tenho copia dvd
1970- BETÃO RONCA FERRO ***este eu tenho copia dvd
1971- UM PISTOLEIRO CHAMADO CAVIÚNA
1971- ENQUANTO HOUVER ESPERANÇA
1972- GRINGO, O ÚLTIMO MATADOR ***este eu tenho copia dvd-r
1972- QUATRO PISTOLEIROS EM FÚRIA
1972- AS MULHERES AMAM POR CONVENIÊNCIA
1972- NUA E ATREVIDA
1973- DESEJO PROIBIDO
1973- SOB O DOMÍNlO DO SEXO
1973- GERAÇÃO EM FUGA
1974- O EXORCISTA DE MULHERES ***este eu tenho copia dvd-r
1975- A FILHA DO PADRE ***este eu tenho copia dvd-r
1975- OS PILANTRAS DA NOITE
1976- TORTURADAS PELO SEXO ***este eu tenho copia dvd-r
1976- TRAÍDAS PELO DESEJO ***este eu tenho copia dvd-r
1977- AS AMANTES DE UM CANALHA ***este eu tenho copia dvd-r
1978- OS VIOLENTADORES
1979- O ÚLTIMO CÃO DE GUERRA ***este eu tenho copia dvd-r
1979- O MATADOR SEXUAL
1980- TORTURA CRUEL ***este eu tenho copia dvd-r
1980- UM MENINO, UMA MULHER
198l- CONDENADA POR UM DESEJO ***este eu tenho copia dvd-r
1981- A CAFETINA DE MENINAS VIRGENS
1982- DESEJOS SEXUAIS DE ELZA ***este eu tenho copia dvd-r
1982- AS AMANTES DE HELEN
1983- CORRUPÇÃO DE MENORES
1984- PROSTITUIDAS PELO VÍClO
1987- CALIBRE 12 ***este eu tenho copia dvd-r

Gostaria de conseguir os filmes que nao tenho, se alguem tiver algum dos filmes que não tenho, por gentileza entrem em contato comigo jairfab@gmail.com

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Desejo Proibido 1973


Data e local de produçãoAno: 1973País: BRCidade: São PauloEstado: SPSinopseEdu assalta o cofre do magnata Jonas com o auxílio de sua amante, Solange, levando 100 mil dólares. Porém, é roubado por seus comparsas, que curram Solange. Inicia-se assim uma perseguição aos ladrões. GêneroPolicialDados de produçãoCompanhia(s) produtora(s): Brasecran Produção: Hampe, Adilson Companhia(s) distribuidora(s): Brasecran Argumento: Oliveira, Mauri Roteirista: Castellini, LuizDireção: Vieira, Tony Direção de fotografia: Trindade, Wellington Câmera: Borges, Henrique Montagem: Vanni, Walter Cenografia: Oliveira, Atair deIdentidades/elenco: Vieira, Tony Jaubert, Claudette Soares, Francisco de Assis Gaiotti, Heitor Ribeiro, Eldem Moreiras, J.Siebert, Waldir Moraes, Tarcizio de Bailarina Shell Rosa, Albary Ricardi, Tuíza Bianchi, Mônica Renoir, Eliane Moreira, Arlete Farah, Carlos Tani, Walter Cruz, Tereza da Guerra, Maria Campos, Neli Santos, Rui Rossi, Conseição Chadi, Rafael Lopes, José Rossi, Marcos Minário, Benedito Fróes, Célia Ator(es) Convidado(s) Master, Renato; Lima, Nestor; Rodrigues, Nabor