domingo, 8 de maio de 2011



O cineasta
Para assistir e assimilar a obra de Tony Vieira, é preciso conhecer um pouco de sua história de vida e artística, que bem poderia ser argumento ideal para o roteiro de um longa-metragem. Mas, especificamente sobre sua obra, o cineasta se aventurou na criação de histórias bastante ecléticas, flutuando entre os gêneros policial, faroeste e erótico.
Entre 1972 e 1988, Tony realizou 32 filmes, sendo diretor, produtor, roteirista e ator em seus filmes, a maioria deles chamados de "western feijoada", versão erotizada, que fazia para o conhecido estilo de filmes de faroeste americano. Exemplos marcantes são os conhecidos "A filha do Padre", "Os Violentadores", "Sob o Domínio do Sexo", "Traídos pelo Desejo" e "Os depravados", esses dois últimos feitos em Contagem.
Com orçamento baixo e forte apelo popular, os filmes de Tony batiam de frente com a 'pornochanchada' nacional, conseguindo arrebatar grande público na época, sendo que em 1978, emplacou dois filmes na lista das 50 maiores bilheterias, publicada pela revista Filme Cultura. "Torturadas pelo Sexo" e "As Amantes de um Canalha", ficaram logo abaixo da lista encabeçada pelo clássico de Lima Barreto, "Dona Flor e seus Dois Maridos". Em 1988, Tony realizou seu último filme "Calibre 12", sendo que em 1990 retornou para Contagem, onde logo em seguida faleceu, aos 52 anos.
Mesmo com relevante passagem na construção do cinema brasileiro, desde o período do Cinema da Boca do Lixo, na Rua Triumpho, em São Paulo, onde Tony Vieira, que conviveu com nomes de peso do cinema como Glauber Rocha e José Mojica Marins, dentre outros, acabou sendo esquecido, assim como sua obra. Mas agora, a mostra "Tony Vieira o Cineasta de Contagem" vem resgatar a história deste expoente da sétima arte.

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